Um Bar no Folies-Bergère
O século XIX foi marcado por transformações sociais e revoluções políticas na França. No início da década de 1870 a República conservadora ocupa o lugar do Império, tolerada por parecer a solução mais suave para os distúrbios políticos, e a classe média alta mantém-se predominante. Acelera-se o desenvolvimento tecnológico, consolidando o capitalismo financeiro e industrial, e também a vida urbana. Essa aceleração ao mesmo tempo espelha e alimenta a sensação de crise que paira sobre a classe média. É o ritmo cada vez mais furioso com que aparecem novos produtos e serviços que reflete flutuações no gosto estético e mudanças na moda. Como requisito para altos lucros, os industriais devem fazer com que não que se enfraqueça na população o sentimento de avidez pelo novo, a sensação de que este é sempre melhor. A produção em grande escala favorece o consumo de massa que se alastra pela capital francesa. Tudo isso gera, entretanto, uma diminuição da afeição pelos bens materiais e, mais tarde, intelectuais, daí a velocidade das reavaliações filosóficas e princípios estéticos do século (HAUSER, 1998, p. 896).
Assim, o dinamismo sem precedentes que vive a sociedade parisiense encontra expressão na arte de Manet e seus contemporâneos não conformistas com as regras da Academia. Durante todo esse século se desenvolvem também as técnicas fotográficas (a primeira imagem