Ubirajara
Ubirajara, o Senhor da Lança
Jaguarê é um jovem índio da tribo araguaia, filho de Camacã, líder supremo. Apesar de sua fama como exímio caçador, o rapaz deseja realizar uma façanha de guerra e assim receber um nome de guerreiro e galgar melhores posições junto ao seu povo.
Mas o que antes era uma busca por realização pessoal torna-se uma épica jornada de amor e superação, quando Jaguarê se encontra por acaso com Araci, bela filha do chefe dos tocantins. Apesar do interesse mútuo, os jovens são de tribos rivais e Jaguarê sequer tem a posição social necessária para disputar o amor de Araci.
A oportunidade surge então para o rapaz quando, pouco depois de se despedir de Araci, Jaguarê encontra Pojucã, campeão dos tocantins. Numa luta equilibrada, Jaguarê acaba perdendo sua lança para o adversário, que não imaginava que a arma obedecia apenas a seu mestre. A lança se volta contra Pojucã, que acaba derrotado. Assim Jaguarê, por ter vencido o mais forte guerreiro dos tocantins, assume o nome de Ubirajara, o senhor da lança.
Escrito por José de Alencar e publicado em 1874, esse romance indianista apresenta um texto composto de frases e parágrafos curtos, com verbos em geral no tempo presente, o que garante ao texto certo dinamismo. Alencar procura valorizar um vocabulário indígena, o que pode muitas vezes soar estranho e artificial.
Ao contrário de muitos romances de Alencar, "Ubirajara" procura explorar as cenas de ação sem deixar de fora o sangue e a violência. Um dos combates em especial nos faz lembrar das lutas de imobilização nos hoje famosos torneios de MMA.
"Os dois campeões recuaram passo a passo até que se acharam a um tiro de arco.
Então soltaram o grito de guerra e se arremessaram um contra o outro brandindo o tacape.
Os tacapes toparam no ar e os dois guerreiros rodaram como as torrentes impetuosas no remoinho da Itaoca.
Dez vezes as clavas bateram, e dez vezes volveram para bater de novo.
Os animais que passavam