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“O SOM E O SENTIDO” – APRESENTAÇÃO E 1ª PARTE DO CAPÍTULO I
Apresentação
• Esse livro poderia ser definido como um esboço de uma história da linguagem musical, em seu contracanto com a sociedade e com certas construções mitológicas, filosóficas e literárias.
• Ele não pretende “traduzir” o “sentido” da música; pretende apenas se aproximar daquele limiar em que a música fala ao mesmo tempo ao horizonte da sociedade e ao vértice subjetivo de cada um, sem se deixar reduzir às outras linguagens.
Capítulo I: Som, ruído e silêncio
FÍSICA E METAFÍSICA DO SOM
1. Sinal de onda. Som e silêncio
• O som é o produto de uma sequência rapidíssima (e geralmente imperceptível) de impulsões e repousos, e de quedas cíclicas desses impulsos, seguidas de sua reiteração.
• Não é a matéria do ar que caminha levando o som, mas sim um sinal de movimento que passa através da matéria, modificando-a e inscrevendo nela, de forma fugaz, o seu desenho.
• Não há som sem pausa. O tímpano auditivo entraria em espasmo. Mas também, de forma reversa, há sempre som dentro do silêncio.
2. Periodicidade e pulso
• A onda sonora é um sinal oscilante e recorrente, que retorna por períodos (repetindo certos padrões no tempo). Ela obedece a um pulso, que está relacionado às frequências rítmicas do nosso próprio corpo.
• No nível somático, temos principalmente o pulso sanguíneo e certas disposições musculares, além da respiração.
3. Durações e alturas
• As frequências sonoras se apresentam basicamente em duas grandes dimensões: as durações e as alturas.
• O ouvido só percebe sinais rítmicos até a frequência aproximada de 10 hertz. A partir de aproximadamente 15 hertz, o som entra numa faixa difusa e indefinida que corresponde ao patamar da altura melódica. A partir de certa altura, os sons agudos vão progressivamente saindo da nossa faixa de percepção, perdendo a intensidade até desaparecer para nós.
• Em música, ritmo e melodia, as durações e alturas se apresentam ao mesmo