Tupac amaru : entre o mito e a história
Dentre as várias abordagens possíveis de um mesmo fenômeno histórico escolhemos trabalhar com o texto da historiadora Scarlett O´phellan Godoy: Tupac Amaru entre lãs reformas borbonicas y la constituicion de Cadiz e também o texto do etnohistoriador Marco Curatola: Mito y milenarismo em los Andes: Del Taki Onqoy a Inkarri. Por último também analisaremos as passagens do livro As Veias Abertas da América Latina de Eduardo Galeano naquilo que é pertinente ao tema ora proposto.
O levante de Tupac Amaru segundo se dá no final do século XVIII (04/11/1780 -18/04/1781) no contexto das Reformas Borbonicas . Nesse sentido faz-se necessário tentarmos entender um pouco do que foram essas reformas. Tiveram cunho político/administrativo, econômico e fiscal. Na agricultura representou a aplicação de princípios do fisiocratismo onde deveria prevalecer a liberdade na escolha do que produzir e isso valia também para a economia estatal . O mercantilismo passa a existir de fato , a ser almejado, relações mais lucrativas com as colônias são desejadas. Quebra-se a hierarquia ainda existente na Espanha e na relação desta com suas colônias. Um liberalismo restrito também é aplicado no comércio e na indústria. O reformismo modernizador dos reis Borbons em aproximadamente um século , aumenta a população de Espanha de 7 para 12 milhões de habitantes. Passa haver liberalização do comércio de grãos internamente e também externamente com as colônias. Junta-se a isso um estímulo crescente a imigração para as índias ocidentais de andaluzes, catalães, galegos, bascos entre outros povos. Nesse período não se pode falar ainda em nacionalidades na Europa. É no século XIX que passam haver tentativas de criação de nacionalidades. Como um dos reflexos dessas Reformas nas colônias temos que funcionários públicos não pertencentes à nobreza espanhola são pinçados para a administração pública, ocupando altos cargos na