Tumores do Sistema Nervoso Central
Os tumores do sistema nervoso central formam um conjunto de patologias que são estudadas agrupadas, pelo fato de terem em comum sua localização crítica, que os levam a terem determinados comportamentos similares. Esses tumores comprimem ou infiltram os mesmos órgãos, têm como dificuldade à abordagem quimioterápica, a barreira hêmato-encefálica e são circundados por tecido cerebral normal que deve ser preservado durante a cirurgia. Essas peculiaridades levam-nos a terem determinados comportamentos comuns. Porém não podem ser considerados como uma entidade única por serem compostos por vários tipos histopatológicos diferentes (Stiller & Nectoux, 1994). Nas crianças, há predomínio dos tumores ditos embrionários, padrão que persiste até o início da adolescência quando um súbito aumento de incidência dos tipos mais comuns do adulto ou seja, tumores gliais supratentoriais começam a surgir. Nos lactentes e adolescentes é observado o predomínio desses últimos (Heideman et al; 1997, Stewart & Cohen, 1998)
Eles permanecem sub-representados nos centros especializados de tratamento do câncer pediátrico, já que somente metade dos casos são encaminhados aos mesmos (Heidman et al; 1997, Stewart & Cohen, 1998), sendo que em alguns estados americanos somente 25% deles são tratados nesses centros (Krischer et al; 1993, Roush et al; 1993). As estatísticas americanas demonstram que eles representam o segundo tipo mais freqüente de câncer em crianças e adolescentes, abrangendo 21,7% do total dessas neoplasias, com taxa de incidência da ordem de 22,0 por milhão, sendo ultrapassada apenas pelas leucemias que têm taxa de incidência da ordem de 25,2 por milhão (Stiller & Nectoux, 1994, Heidman et al; 1997, Linet et al; 1999).
O crescente reconhecimento da magnitude desses problemas no que se refere tanto ao número de pacientes acometidos, quanto aos desafios terapêuticos que eles