Tudo começou com maquiavel
Pela palavra Estado, indica-se modernamente a maior organização política que a humanidade conhece; ela se refere quer ao complexo territorial e demográfico sobre o qual se exerce uma dominação (poder político) quer à relação de coexistência e de coesão das leis e dos órgãos que dominam sobre este complexo. Estão presentes no Estado, portanto, três elementos: poder político, povo e território. (p. 7)
O primeiro teórico a refletir sobre o Estado é Nicolau Maquiavel, que destacava o fator da dominação. Maquiavel, refletindo sobre a experiência de diversos países analisa a maneira como se deveria construir na Itália um Estado moderno e unitário, graças à iniciativa de um Príncipe. Note-se que Maquiavel pensava no poder de um príncipe embora fosse ele próprio republicano e democrata. (p. 8-9)
O Estado Moderno, através dessa concepção absoluta, apresenta dois elementos que o diferem dos Estados do passado. O primeiro é essa autonomia, essa plena soberania Estatal, que não permite que sua autoridade dependa de nenhuma outra autoridade. O segundo elemento é a distinção entre Estado e sociedade civil, onde o Estado se torna uma organização distinta da sociedade civil, embora seja expressão desta. (p.9)
Os pensadores políticos desde Maquiavel até Hegel:
Maquiavel: Maquiavel não elaborou uma teoria do Estado moderno, mas sim uma teoria de como se formam os Estados, de como na verdade se constitui o Estado Moderno. Ele tenta ver o Estado de maneira realista, a partir da afirmação de que "a política é a arte do possível, é a arte da realidade que pode ser efetivada, a qual leva em conta como as coisas estão e não como elas deveriam estar". Porém, não chega a desenvolver uma verdadeira teoria do Estado. É Jean Bodin que pela primeira vez começa a teorizar a autonomia e soberania do Estado moderna, no sentido que o monarca interpreta as leis divinas, obedece a elas, mas de forma autônoma. (p.10-12)