Tuberculose ganglionar
Depois de penetrar no organismo pela via respiratória, o M. tuberculosis pode disseminar-se e instalar-se em qualquer órgão, seja quando a imunidade específica ainda não está desenvolvida, seja depois desta, a qualquer tempo, se houver queda na capacidade do hospedeiro em manter o bacilo nos seus sítios de implantação. Independentemente daforma patogênica da doença, a disseminação pode ocorrer, também, a partir da manipulação cirúrgica ou diagnóstica de um órgão doente.
Atualmente, salvo em raras exceções, a forma linfonodal da tuberculose indica imunodeficiência, notadamente relacionada à AIDS. A tuberculose ganglionar decorre da progressão dos focos bacilares e embora qualquer cadeia linfonodal possa estar comprometida, localiza-se com maior frequência nas cadeias cervicais, supraclaviculares, hilares e mediastinais. O agente etiológico mais frequente é o Mycobacterium tuberculosis. No diagnóstico diferencial, devemos também considerar infecções por Mycobacterium scrofulaceum e complexo avium-intracellulare.
Manifestações clínicas:
O quadro clínico costuma ser insidoso com febre, emagrecimento e com aumento progressivo dos linfonodos que se transformam em conglomerados de massas linfonodais Com a evolução, a pele pode tornar-se avermelhada, cursando posteriormente com fistulização, caso haja evolução para necrose de caseificação.
Tanto as localizações intratorácicas da tuberculose ganglionar quanto as periféricas são muitas vezes suscetíveis de serem confundidas com outras doenças, entre as quais a paracoccidioidomicose, o linfoma, a sarcoidose e as metástases torácicas.
Radiologicamente, a tuberculose ganglionar intratorácica manifesta-se pelo comprometimento unilateral dos linfonodos hilares ou medistinais, dado importante no diagnóstico diferencial. Na sarcoidose, há tendência ao comprometimento paratraqueal e hilar bilateral. Os linfomas e as metástases ganglionares aparecem radiologicamente como massas mediastinais, boceladas,