Três grandes concepções filosóficas da liberdade
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(trecho do cp. 6 A Liberdade) (Marilena Chau) A primeira grande teoria filosfica da liberdade exposta por Aristteles em sua obra tica a Nicmaco e, com variantes, permanece atravs dos sculos, chegando at o sculo XX, quando foi retomada por Sartre. Nessa concepo, a liberdade se ope ao que condicionado externamente (necessidade) e ao que acontece sem escolha deliberada (contingncia). Diz Aristteles que livre aquele que tem em si mesmo o princpio para agir ou no agir, isto , aquele que causa interna de sua ao ou da deciso de no agir. A liberdade concebida como o poder pleno e incondicional da vontade para determinar a si mesma ou para ser autodeterminada. pensada, tambm, como ausncia de constrangimentos externos e internos, isto , como uma capacidade que no encontra obstculos para se realizar, nem forada por coisa alguma para agir. Trata-se da espontaneidade plena do agente, que d a si mesmo os motivos e os fins de sua ao, sem ser constrangido ou forado por nada e por ningum. Assim, na concepo aristotlica, a liberdade o princpio para escolher entre alternativas possveis, realizando-se como deciso e ato voluntrio. Contrariamente ao necessrio ou necessidade, sob a qual o agente sofre a ao de uma causa externa que o obriga a agir sempre de uma determinada maneira, no ato voluntrio livre o agente causa de si, isto , causa integral de sua ao. Sem dvida, poder-se-ia dizer que a vontade livre determinada pela razo ou pela inteligncia e, nesse caso, seria preciso admitir que no causa de si ou incondicionada, mas que causada pelo raciocnio ou pelo pensamento. No entanto, como disseram os filsofos posteriores a Aristteles, a inteligncia inclina a vontade numa certa direo, mas no a obriga nem a constrange, tanto assim que podemos agir na direo contrria indicada pela inteligncia ou razo. por ser livre e incondicionada que a vontade pode seguir ou no os conselhos da conscincia. A liberdade ser tica quando o exerccio da vontade estiver em harmonia com