Tráfico Humano na ásia e na Europa
Este fenómeno não é recente, nem se confina, hoje, somente às fronteiras de alguns países ou regiões de mundo. Marcadamente global e transnacional, trata-se de um negócio altamente lucrativo dominado pelo crime organizado que, também nesta área, tem vindo a sofisticar os seus métodos de actuação. Com efeito, o tráfico de seres humanos é já considerada a terceira actividade ilegal mais rentável no mundo, ficando apenas atrás do tráfico de armas e de drogas. Acresce que a crescente criatividade dos traficantes, a par de algum vazio legal e das dificuldades de actuação dos órgãos de polícia criminal em alguns países, leva a que este tipo de crime tenha um baixo risco de detecção, investigação e penalização, comparativamente com outras actividades ilegais.
Uma das formas mais visíveis desta actividade é o tráfico de mulheres para fins de exploração sexual. Segundo o Departamento de Estado Norte-Americano - num estudo de 2005 - cerca de 80% das pessoas traficadas todos os anos (entre 600 000 e 800 000) são mulheres e jovens mulheres que, na sua maioria, são traficadas para fins de exploração comercial. Este é um fenómeno complexo cujas vertentes de análise são múltiplas, pois múltiplas são as desigualdades que estão na sua origem: a desigualdade económica; a divisão de fronteiras entre pobres e ricos; algumas políticas de migração do chamado primeiro mundo