Tráfico de òrgãos
Estatísticas do Tráfico
Em 1999, a professora de Antropologia da Universidade norte-americana de Berkeley, na Califórnia, Nancy Scheper-Hughes, 57 anos, fundou a ONG
Organs Watch, uma organização que mapeia a rota do tráfico de órgãos em todo o planeta. A especialista estuda transplantes e a comercialização de órgãos humanos desde 95 e já realizou pesquisas de campo em vários países da Europa, na África do Sul, Filipinas, México, Israel, China, Índia e
Brasil. Conhecedora do Nordeste brasileiro desde a década de 60, quando veio estudar a violência contra canavieiros, a professora esteve no interior de Pernambuco no início dos anos 90 para pesquisar sobre a matança de menores em Timbaúba. No ano passado, ela retornou à cidade com a
atenção voltada para os casos de adoções internacionais irregulares, ocorridas entre 92 e 93. Nancy Scheper-Hughes constatou vários pontos em comum com casos de outros países subdesenvolvidos que ofereceram bebês para a adoção, mas ao se procurar as famílias nos países receptores, estes em muitos casos não são encontrados. Na outra ponta da questão, pais de crianças israelenses que necessitavam urgentemente de transplantes de rins, simplesmente viajavam para a Europa e voltavam com os órgãos. A pesquisadora ainda não conseguiu comprovar a ligação entre essas duas situações, mas cada vez o material reunido pela antropóloga aponta para que essa possibilidade se torne mais verdadeira.
Na página da Organs Watch na Internet (www.berkeley.edu/biotech/ organswatch/), vários casos de pessoas que tiveram órgãos roubados por todo o mundo são relatados. Nancy-Scheper Hughes também chama atenção para uma prática muito comum sobretudo no Brasil: a doação recompensada. Nancy diz que essa atividade é mais comum do que se imagina até no Recife. Ela também esteve nas Filipinas, onde investigou denúncias de comercialização de órgãos humanos.
Movimentação Financeira do Tráfico
São Paulo. Seis mil