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Brasil-Berlim no salsichão
O colosso alemão de 213 metros de comprimento tornou-se a primeira nave da história da humanidade a realizar um vôo ao redor do planeta, durou carca de 21 dias com 34.600 quilômetros percorridos. Com escalas nos Estados Unidos, Alemanha e Japão, o dirigível arrastou multidões em suas paradas. Hugo Eckener, diretor da Luftschiffbau-Zeppelin, empresa alemã que fabricou a aeronave, apresentou os planos envolvendo o gigantesco cilindro mais leve que o ar. Passou, inclusive no Brasil.
A companhia alemã pretendia implantar linhas comerciais entre a Europa e as Américas –num primeiro momento, com destino aos Estados Unidos; posteriormente, rumo ao Brasil e à Argentina. Para isso, deveria construir quatro novos dirigíveis por conta própria. Eles fariam a travessia entre a costa oeste dos Estados Unidos e o Havaí e as Filipinas. Os cilindros voadores deveriam também transportar correspondências e encomendas.
Apesar de toda a aclamação, Eckener dizia que o Graf Zeppelin que desfilou pelo mundo não seria usado nos vôos comerciais – foi construído para demonstrações. De acordo com ele, o melhor produto da empresa é ainda o LZ 126, de 200 metros. Viagens foram planejadas com rumo aos Estados Unidos e a Europa. A fantasia de se embarcar no Zeppelin, porém, seria para poucos. As tarifas custariam mil dólares por passageiro.

Todos contra o presidente
A apenas cinco meses da eleição de 1930, a chapa oposicionista formada pelos candidatos Getúlio Vargas e João Pessoa vai ganhando alma e corpo no cenário político brasileiro. Além do apoio vindo de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, o movimento já recebeu adesão da maioria das oposições estaduais, e promete uma reviravolta na eleição de 1º de março de 1930. Já o presidente Washington Luís mantém firme a indicação do presidente de São Paulo, Júlio Prestes, para sua sucessão – indicação essa, justamente, a causadora de toda a polêmica que animava a política nacional