Trote: para que gastar tempo com essa idiotice?
O trote é uma prática comum em universidades de todo o mundo.
Na teoria, é uma junção de atividades que visa o entrosamento e união dos alunos, todavia, o trote é utilizado para humilhar, envergonhar e vexar os alunos novos, chamados de calouros, bichos ou monstros.
Essa prática, realizada pelos alunos antigos, conhecidos como veteranos, não é um ritual de agregação, na verdade é um ritual violento, pois pintar ou cortar os cabelos, as unhas, obrigar os calouros a ingerir bebidas alcoólicas ou comer comida com estume, ou ainda agredi-los verbal ou fisicamente entre outros ‘’deveres’’ são atitudes imaturas, perversas e cruéis, que caracterizam crimes previstos na Constituição Federal.
A Constituição Brasileira tem como alguns de seus princípios básicos, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, e o ideal de promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, porém, o ato do trote, contradiz esses princípios.
Contudo, mesmo sabendo da igualdade entre todos, existem aqueles que são favoráveis à prática, dizendo que não há obrigatoriedade de participação e que é um meio de agrupar os alunos, mas não é isso que acontece. Se há recusa por parte do calouro, ele é agredido fisicamente, podendo ser considerado ‘’bicho eterno’’, pois não obedeceu aos veteranos. Existem casos de mortes ocorridas porque o novato recusou participar, como o do jovem Carlos Alberto de Souza, calouro da universidade de Mogi das Cruzes, que foi agredido por não permitir que cortassem seu cabelo, assim como o de outros estudantes que morreram por afogamento, por ingestão de bebidas em excesso e outros casos que felizmente não chegaram à óbito, mas que deixaram marcas físicas e psicológicas nas vítimas.
Portanto, não é através de humilhação, de menosprezo e de hostilidade que os alunos tornarão unidos. Para que isso