Triste fim de policarpo quaresma
Publicada em 1916, Triste fim de Policarpo Quaresma representa a obra mais famosa de Lima Barreto e focaliza fatos históricos e políticos ocorridos durante a fase de instalação da república, precisamente no governo de Floriano Peixoto. Assim como Os Sertões, faz parte do Pré- Modernismo, tem fortes traços do Naturalismo e apresenta criticas intensas sobre a sociedade que contempla a Primeira República.
Com o discurso livre indireto, dando- se a impressão de uníssono, o livro trata da história de Policarpo Quaresma, um patriota, apavorado com a falta de cultura da sociedade brasileira que se baseava em valores europeus, um herói problemático que chega a ser comparado com Dom Quixote por sua loucura, condição social e cultural, idade, solidão, busca de referência e por usar livros como base de suas ações. O personagem central vive três momentos na obra: valoriza as coisas da terra (a história, a geografia, a literatura, o folclore); no sítio do Sossego, a busca frustrada de uma solução para o problema agrário e finalmente, o envolvimento na Revolta Armada. A partir disso, escreve uma carta ao Presidente da República relatando o fuzilamento dos prisioneiros, foi preso, acusado de traição e então começa a refletir sobre sua vida. Chega à conclusão de que iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? Que tinha ele feito de sua vida? Nada. Tudo que fez (ou tentou fazer) de nada valeu, não teve êxito em nada, sua vida era um encadeamento de decepções, uma atrás da outra. Quaresma, ora entusiasmado, apaixonado pelo Brasil, ora desiludido, amargo, diante da ingratidão do país para com seus bons objetivos é um personagem que condenou- se à solidão, os fins em que se encontrou foram resultados de seus próprios atos, incompreendido, otimista, visionário em um país de ‘cegos’, onde a classe média luta desesperadamente para ascender socialmente e políticos ostentam o vazio intelectual e a