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ESCRITO POR NIVALDO CORDEIRO | 04 JULHO 2011
ARTIGOS - CULTURA
Sozinho, esse pequeno livro já colocaria Olavo no panteão dos grandes filósofos políticos da atualidade.
Dentro do grande esforço da obra que o filósofo Olavo de Carvalho está escrevendo - A MENTE REVOLUCIONÁRIA - o capítulo sobre Maquiavel foi destacado neste livro que acaba de chegar ao público brasileiro. De imediato o li. Olavo nos brinda com suas profundas reflexões, ornadas pela prosa magistral e clara que lhe é peculiar. Esta aula sobre o florentino permite que mesmo principiantes possam lê-la com proveito. Na verdade, mais que isso: é, ela própria, um roteiro de leitura para conduzir quem está se aprofundando pelos meandros da ciência política e da filosofia política.
O fato é que Olavo de Carvalho destrincha os segredos últimos do autor renascentista, tão obscuro quanto fascinante. Essa obscuridade deu margem a diferentes interpretações ao longo do tempo, muitas delas contraditórias entre si. Olavo, centrando na biografia e na própria produção de Maquiavel, desvenda os mistérios e os equívocos e demonstra como o filho de Florença foi o protótipo do intelectual moderno, o engenheiro de almas que quis transformar o mundo sem perceber as suas próprias contradições internas. Flagrou Maquiavel como exemplo clássico de paralaxe cognitiva, conceito descoberto por Olavo: teorizou de forma a ele mesmo se fazer vítima potencial de suas teorias. Ao aconselhar os novos príncipes a eliminar os conselheiros que lhe ajudaram a chegar ao poder não viu que mandava seus aconselhados a liquidarem a si mesmo.
O livro é também uma survey exaustiva do status quaestionis da obra do florentino, resenhando os principais escritores que se debruçaram sobre o autor de O Príncipe. A começar por Isaiah Berlin, que enxergou nele um precursor do liberalismo, claro de que forma equivocada. Olavo vai dizer que
"hoje é quase impossível deixar de enxergar nele o precursor voluntário e