Tratamento farmacológico da obesidade
O primeiro grande passo para se tratar corretamente a obesidade é fazer com que o paciente compreenda a complexidade das complicações envolvidas no excesso de peso. Não se trata, portanto, de uma análise estética, mas sim médica, que visa recuperar o equilíbrio físico e psicológico do organismo afetado por esta comorbidade. Dessa forma, é fácil compreender que o foco terapêutico é a mudança no estilo de vida do paciente, com consequente melhora na qualidade de vida, e que qualquer outro tratamento associado tem papel coadjuvante. E não pode ser diferente quando a alternativa é medicamentosa. Muitos pacientes têm dificuldade, por motivos diversos, de adotar hábitos eficientes na perda de peso e, então, optam pela terapêutica farmacológica. Contudo, antes de qualquer coisa, cabe ressaltar que nenhum tipo de tratamento farmacológico, por mais simples que seja, pode ser seguido sem orientação médica especializada, pois somente um profissional capacitado é capaz de prescrever um tratamento com riscos mínimos ou ausentes, preservando o paciente de outras alterações metabólicas que poderiam surgir com um tratamento autônomo inadequado. Para o profissional responsável, existem algumas opções terapêuticas disponíveis, que variam conforme o objetivo que se deseja alcançar com a intervenção medicamentosa. Assim, os medicamentos podem agir, resumidamente, de três formas básicas¹: modificando a saciedade, reduzindo a digestão/absorção dos nutrientes ou ainda aumentando o gasto energético. Por todas as vias, pode-se obter bons resultados, quando o paciente está sob orientação médica rigorosa. Porém, é válido citar que os fármacos que agem aumentando o gasto energético não são aprovados pelo Ministério da Saúde do Brasil. De uma maneira geral, os agentes antiobesidade devem ter algumas características³ comuns, essenciais para manter a qualidade do tratamento. Todos eles devem apresentar eficácia na redução de peso, melhora das