Tratamento de Esgoto
Carlos Augusto de Lemos Chernicharo, Adrianus C. van Haandel,
Eugenio Foresti e Luiz Fernando Cybis
1.1
APLICABILIDADE DA TECNOLOGIA ANAERÓBIA PARA O
TRATAMENTO DE ESGOTOS DOMÉSTICOS
Segundo dados do PNAD/96, 49% do esgoto sanitário produzido no Brasil são coletados em rede pública, sendo que, destes, apenas 32% são tratados, perfazendo cerca de 16% do produzido.
Diante destes números, aliado ao quadro epidemiológico e ao perfil sócio-econômico das comunidades brasileiras, constata-se a necessidade por sistemas simplificados de tratamento dos esgotos. Estes sistemas devem conjugar os seguintes requisitos principais (adaptado de
LETTINGA, 1995; VON SPERLING, 1995):
• baixo custo de implantação;
• existência de flexibilidade em relação às
• elevada sustentabilidade do sistema,
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relacionada à pouca dependência de fornecimento de energia, de peças e equipamentos de reposição etc; simplicidade operacional, de manutenção e de controle (pouca dependência de operadores e engenheiros altamente especializados); baixos custos operacionais; adequada eficiência na remoção das diversas categorias de poluentes (matéria orgânica biodegradável, sólidos suspensos, nutrientes e patogênicos); pouco ou nenhum problema com a disposição do lodo gerado na estação; baixos requisitos de área;
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expansões futuras e ao aumento de eficiência; possibilidade de aplicação em pequena escala (sistemas descentralizados), com pouca dependência da existência de grandes interceptores; fluxograma simplificado de tratamento
(poucas unidades integrando a estação); elevada vida útil; ausência de problemas que causem transtorno à população vizinha; possibilidade de recuperação de subprodutos úteis, visando sua aplicação na irrigação e na fertilização de culturas agrícolas; existência de experiência prática.
Embora não exista uma solução que atenda integralmente a todos estes requisitos,