Tratado de Petrópolis e estrada de ferro Madeira Marmoré
No século XX, o atual Acre, era uma região pertencente a Bolívia. O Tratado de Petrópolis foi assinado a 17 de novembro de 1903 entre os governos do Brasil e da Bolívia. É um Tratado de Permuta que resultou na entrega do território do Acre, ocupada por seringueiros brasileiros durante a corrida á borracha da floresta amazónica.
Em troca o Brasil cedia as terras na foz do rio Abuña e na bacia do rio Paraguai. Tinha ainda de pagar uma compensação monetária de 2 milhões de libras esterlinas.O Brasil também se comprometia a ceder a navegação nos rios brasileiros para chegar ao oceano Atlântico e a Bolívia adquiria o direito de abrir alfândegas em Belém, Manaus, Corumbá e em outros pontos da fronteira. O mesmo se passava com o Brasil em território boliviano.O estado brasileiro tinha ainda de construir uma linha de caminho de ferro, que ficou pronta em 1912, desde o porto de Santo António, no rio Madeira, até Guarajá-mirim, no Mamoré, com um ramal até território boliviano. Em consequência deste tratado, os limites de fronteira com o Peru foram também redefinidos.
A estrada de ferro Madeira Marmoré ficou conhecida na época por “Ferrovia do Diabo” devido ás milhares de mortes de trabalhadores ocorridas durante a sua construção , devido as doenças tropicais. Adoeciam desda pneumonia até o impaludismo.
Ao tempo em que a obra da estrada de ferro se concluia, os seringais plantados na Malásia entraram em produção, e tornaram proibitivos os preços da borracha produzida na Amazônia segundo técnicas antiquadas e de baixa produtividade. Foi o fim do chamado "primeiro ciclo da borracha”