Transtorno obsessivo compulsivo - um estudo de caso na análise do comportamento
Renata Gonçalves Leão
Universidade Católica de Goiás
Saber se é ou não portador de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é uma dúvida que muitas pessoas se questionam eventualmente. Definir regras, estabelecer limites, desenvolver hábitos, fantasiar, acreditar em superstição e viver cercado de pensamentos intrusivos e impulsivos são características que podem acompanhar diversas pessoas Porém, quando tais comportamentos se tornam excessivos e presentes nas atividades cotidianas, trazendo prejuízos no rendimento vital, eles se tornam fundamentais para o diagnóstico diferencial do TOC. (Cordioli, 2004). De acordo com Barlow (1999), a definição do TOC sofreu mudanças significativas ao longo dos anos. Foi descrito pela primeira vez por Esquirol, em 1938 e era considerada uma doença mental intratável, os portadores manifestavam tanto idéias intrusivas angustiantes, como comportamentos repetitivos indesejáveis, sendo ambos executados compulsivamente. As definições atuais consideram o TOC como sendo alterações dos comportamentos públicos (rituais, repetições, evitações), privados (preocupações excessivas, pensamentos de conteúdo impróprio ou ruim) e emocionais (medo, desconforto, aflição, culpa) ressaltando como principal característica a presença de obsessões e/ou compulsões (Cordioli, 2007). As obsessões são caracterizadas como comportamentos encobertos (pensamentos, imagens, lembranças, dúvidas que repetidamente ocorrem e demonstram estar fora do controle), em geral, relacionadas a idéias perturbadoras, intrusivas e sem sentido. A obsessão, como qualquer comportamento complexo, deve ser analisada considerando um conjunto de fatores encadeados. Desta forma, as respostas obsessivas geram conseqüências, e estas, por sua vez, estabelecem a ocasião para outros comportamentos, descritos respostas emocionais de ansiedade e ou desconforto. Estas respostas emocionais