Transportes Rodoviários
Check-in, despacho de bagagem, programa de fidelidade, 1ª e 2ª classes. Esses termos são comuns aos usuários do transporte aéreo de passageiros e agora também fazem parte do dia a dia de quem frequenta os terminais rodoviários do país. Para enfrentar a concorrência com o setor – que bateu recorde de desembarques no último ano –, empresas de ônibus intermunicipais e interestaduais têm adaptado conceitos das companhias aéreas e disponibilizado novos serviços aos seus clientes.
A preocupação tem fundamento. Em 2011, segundo levantamento do Ministério do Turismo, mais de 79 milhões de passageiros desembarcaram em aeroportos brasileiros, um crescimento de 15,8% em relação ao período anterior. O número de passageiros no transporte rodoviário, no entanto, tem declinado: 131 milhões, em 2011, contra 136 milhões, em 2010 – de acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Com passagens aéreas cada vez mais acessíveis à classe C brasileira, foi preciso se reinventar para atrair e manter aqueles que optam pelas rodovias. Para o pesquisador em transporte na Universidade de Brasília (UnB), Artur Morais, as empresas estão tentando correr atrás do prejuízo. “Essa é uma tentativa de fidelizar os clientes e buscar aqueles que têm alguma restrição com o transporte aéreo. Antes o diferencial era o preço, que não existe mais. Até que enfim os empresários abriram os olhos e perceberam que o consumidor está mais exigente”, diz.
E é buscando agradar esse novo perfil de usuários que as empresas têm investido em inovação. Exemplo disso são os novos ônibus Double Class lançados pela Auto Viação 1001 no início de junho. Com a aposta de atingir jovens executivos, foram investidos R$ 16 milhões na compra de 18 veículos com tecnologia Wi-Fi para uso gratuito pelos passageiros do trecho Rio-São Paulo.