Tragedias Climaticas
RIO - Nos últimos 20 anos as condições meteorológicas extremas mataram 530 mil pessoas no mundo, causando prejuízos econômicos que chegam a US$ 2,5 trilhões, de acordo com o Germanwatch, instituição financiada pelo governo alemão. Este ano, somente o supertufão Haiyan, a 24ª tempestade tropical que assolou as Filipinas em 2013, pode ter matado 10 mil pessoas, embora o presidente Benigno Aquino agora negue a informação. Apesar dos números crescentes de fenômenos naturais extremos, muitos especialistas ainda temem traçar uma ligação direta com as mudanças no clima. A pergunta que muitos se fazem é até quando essa negativa vai continuar emperrando uma negociação mais contundente sobre as reduções das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), ainda apontados como principal motivo das alterações climáticas.
Em 2012, os países mais afetados por desastres naturais foram o Paquistão, o Haiti e justamente as Filipinas, divulgou ontem a Organização das Nações Unidas.
- A tragédia humana causada pelo desdobramento do Haiyan só será capturada em relatórios futuros - afirmou Soenke Kreft, coautor do documento divulgado nos bastidores da 19ª Conferência do Clima (COP-19), que acontece desde a última segunda-feira na Polônia.
Durante a abertura do evento, o delegado filipino Naderev Sano anunciou greve de fome até o final da conferência, e ontem foi seguido por 30 ativistas num ato tido como o mais importante do segundo dia de debates.
- Vamos fazer um jejum em solidariedade à delegação filipina, com as vítimas do tufão, e até que se concretizem ações políticas reais nesta COP-19 - disse Angeli Apparedi, coordenadora da iniciativa que uniu ONGs de todo o mundo para a causa filipina.
Sano lembrou a urgência de medidas concretas contra o aquecimento global para evitar tragédias como a do Haiyan e pediu para que os países desenvolvidos reduzissem as emissões e aumentassem seu comprometimento com o Fundo Verde do Clima, que deveria repassar US$ 100