tradescantia
04.02, 09-13 (2009) www.sbg.org.br Tradescantia pallida: mais do que uma linda flor, um importante bioindicador da qualidade ambiental.
Sisenando, H. A.1*; Batistuzzo de Medeiros, S. R.2; Hacon, S. S.1
1- Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP/Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz.
2- Departamento de Biologia Celular e Genética/Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
* Correspondência do Autor: Avenida Leopoldo Bulhões nº 1480, Manguinhos, ENSP, Sala 620, CEP: 21041-210, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.
E-mail: herbertsisenando@yahoo.com.br
Palavras-chave: Biomonitoramento, genotoxicidade, micronúcleo, poluição, Trad-MCN
Introdução
O desenvolvimento industrial e urbano, observado a partir do século XIX, desencadeou uma elevada tendência de emissão de agentes tóxicos na atmosfera
(Machado, 2008). Entre as diversas fontes de emissão, podemos destacar: o aumento da frota de veículos nas cidades, a exploração industrial desordenada, as extensas áreas de queimadas no cerrado e nas florestas e o avanço do homem sobre áreas nativas de florestas. Os principais agentes tóxicos envolvidos nos processos de deterioração ambiental são: dióxido de carbono (CO2), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (Benzopireno), material particulado (MP2,5 e MP10), monóxido de carbono (CO), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), óxidos de nitrogênio (NO e NO2) e o ozônio (O3) (Bernstein et al., 2004; Passarelli,
2003) .
Estudos realizados no estado de São Paulo mostraram que a poluição gerada pela ação do homem promove um aumento significativo nas concentrações de diversos compostos tóxicos, entre eles o material particulado grosso e fino, refletindo em um expressivo aumento do número de casos de internações hospitalares associados a problemas respiratórios (Cançado et al., 2006; Carmos et al., in press). Em ambientes onde as concentrações dos poluentes são elevadas, dependendo da toxicidade do mesmo, estes podem induzir efeitos genotóxicos não apenas em humanos, mas