Trablhos
Por madeireiras, minhas árvores são arrancadas
Sofre minha alma verde que sufoca com as queimadas
Estrangeiros invadem meu território
Tenho substâncias saqueadas
Depois de transformá-las em matérias-primas
Que ainda pagamos para poder utilizá-las
Também turvam minhas águas
Garimpeiros sem ética e sem orgulho
Na febre da extração do ouro
Enchem meus rios de mercúrio
Poluem afetando os peixes
Que se debatem sem ar até morrer
Sofrem também aldeias inteiras
Que necessitam dessa água para viver
Mas sou perseverante e resisto
Tenho toda fauna e flora a cuidar
Resguardo esse povo que vive de mim
Ainda tenho as Amazonas para me guardar?
Cuido de roedores e morcegos
Macacos, araras e tucanos
Botos, peixe-boi e pirarucus
Em recantos submersos até 6 meses ao ano
Minha floresta é tão densa e fechada
Que nem os raios de sol perfuram
Com folhagem rica e viçosa
E rios coloridos que nunca se misturam
Tenho também meus inquilinos
Que, diferente dos invasores salafrários,
Respeitam o lugar onde vivem;
Por isso, os considero eternos proprietários
Indígenas preparam iguarias
Peixe moqueado e pato no tucupi
Matrinxã na brasa e biju
Muçuã e caldeirada de tambaqui
Guardo segredos e mistérios
Com Curupiras, Caboclos d''água e Boitatá
Boiúnas, sacis e mapinguaris
Iaras que seduzem com seu cantar
Nos meandros dos meus rios
Existe uma fantástica ilha fluvial
Nas três últimas noites de junho
Em Parintins acontece o folclórico festival
Meu