Trabalhos

Contestação às normas da sociedade (ambientada nos anos 60), alicerçada na contracultura, é o filme “hair”. Com uma produção de Butler e Persky, a película é trabalhada de modo a passar ao espectador, o direito de liberdade, a quebra de barreiras sociais de classe, raça, instituições seculares, tudo arquitetado pela direção de Forman.Treat Williams, encarnando Berger, lidera grupo hippie, onde militam pela liberdade. John Savage é Claude,jovem interiorano que sai de sua terra para se alistar ao exército. Ao desembarcar em Nova Iorque, Claude acaba se enturmando com o grupo de Berger, o qual tenta o introduzir em sua ideologia. A afronta à moral então é desencadeada por uma série de tomadas com alusão ao suposto aprisionamento que a sociedade impunha ao cidadão. O modelo do correto estadunidense é colocado como retrogrado no que tange os nascedouros ideais hippies. A orgia, sexo livre e a desestruturação da Igreja e da família são apontadas como ferramentas do novo mundo que querem implantar, alardeado na primeira canção do musical: Chegou! Chegou a nova era.A produção teve sucesso em passar sua mensagem, porém passados mais de 30 anos do trabalho cinematográfico, pode-se ver que se trata de uma utopia. A massa não abraçou os tópicos de frente do movimento e tudo continua como era. A nova era não vingou. As guerras continuam. Transmutado em outros movimentos, os hippies apenas figuram uma página da história, num alvoroço de egos exacerbados e ideais extremados que não teve êxito. Instituições seculares não o são por ostentações ou imposição, mas pela natural acolhida popular. Moral e costumes têm raízes, então não se tomba uma árvore arrancando-lhe as folhas, ademais cabe convir que nada foi arrancado, houve senão um leve balançar de suas folhas agitadas por um vento passageiro.“Todos gostam de todos”, afirmava Jeannie, personagem de Annie Golden, numa alusão à libertinagem, sutilmente caricaturada como liberdade, um termo amplamente mencionado, levantado como