Trabalhos
Na noite de 9 de novembro de 1989, o porta-voz do governo da então Alemanha Oriental anunciou que novas medidas seriam adotadas para facilitar a travessia dos habitantes do país pelo Muro de Berlim. A passagem dos berlinenses orientais para o lado ocidental da cidade seria permitida “sem mais atrasos”. O que ele provavelmente não esperava era que suas palavras fossem interpretadas tão ao pé da letra. Milhares de pessoas imediatamente dirigiram-se para os postos de controle com o passaporte nas mãos decididas a cruzar o Muro em direção ao Ocidente. O sistema de segurança alemão oriental entrou em colapso e em poucas horas uma multidão entusiasmada não só estava cruzando livremente a “fronteira” como também iniciou a derrubada de um dos mais famosos símbolos da Guerra Fria.
O mundo ficou surpreso com o que aconteceu naquela noite. Até então, as pessoas tinham se acostumado a conviver com a divisão do planeta em dois lados. Em um deles estavam os países “capitalistas”, com sua democracia liberal, sob a influência geopolítica dos Estados Unidos, do outro, aqueles países de economia socialista, com regimes totalitários, sob a influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Entre eles um muro que, além de separar fisicamente a população da cidade de Berlim (Alemanha), representava também a divisão simbólica do mundo nas duas grandes ideologias que dominaram o planeta no decorrer do século 20. Mas, naquela noite o Muro de Berlim veio abaixo.
O muro havia sido erguido praticamente em uma madrugada, entre 12 e 13 de agosto de 1961, pelas forças de segurança da então Alemanha Oriental, para impedir a livre circulação dos habitantes do lado socialista para o capitalista da cidade. Pouco mais de 28 anos depois, ele foi derrubado graças a um movimento surpreendente da população berlinense. O colapso do Muro simbolizava também o colapso dos regimes socialistas da Europa Oriental. Há pelo menos quatro anos, desde a ascensão de