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Em Portugal, os princípios do Realismo foram um pouco turbulentos. Nas décadas de 60/70, o (Ultra-)Romantismo português não era mais que uma sombra do verdadeiro Romantismo de Garrett e Herculano. O velho António Feliciano de Castilho tinha obtido enorme fama e era venerado pelos pouco originais poetas como uma figura mítica e tanto o mestre (Castilho) como os seus apadrinhados discípulos não estavam dispostos a abandonar a estética literária que seguiam.
Questão Coimbrã
A questão Coimbrã foi um dos primeiros sinais da renovação literária e Ideológica ocorrida no séc. XIX entre o novo espírito científico europeu e o velho sentimentalismo dos ultra-românticos. Foi protagonizada por António Feliciano de Castilho, primeiro visconde de Castilho e escritor romântico português do século XIX e por vários estudantes universitários de Coimbra entre os quais: Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de Castro. A este conjunto de jovens intelectuais escritores que se afirmaram no século XIX, implantando em Portugal novos modelos literários e novas ideias vindas da Europa, deu-se o nome de Geração de 70. Estes Jovens pertencentes à Geração de 70 revoltaram-se contra o atraso cultural do país. Afirmando que viviam numa sociedade marcada pela falta de avanços na cultura e alimentada por falsas esperanças dadas pelo romantismo. Baseando-se na Europa estes jovens escrevem textos e organizam reuniões a fim de mudarem a atitude nacional. Contra este tipo de atitudes estava Castilho que formou assim um grupo em que o academismo e o formalismo vazio das produções literárias correspondia à hipocrisia das relações humanas, e em que todo o realismo desaparecia. Em 1865, solicitado a apadrinhar com um posfácio o Poema da Mocidade de Pinheiro Chagas, Castilho aproveitou a ocasião para censurar um grupo de jovens de Coimbra, que acusava de exibicionismo, de obscuridade propositada e de tratarem temas que nada tinham a ver com a poesia, acusava-os