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O Brasil do século XX sofreu intensamente com a inflação. Foram diversos governos, como o de Getúlio, de Juscelino e os militares que ajudaram sim o país a crescer, mas também gastaram mais do que arrecadaram e alimentaram irresponsavelmente a inflação.
O livro da jornalista Miriam Leitão nos fala sobre essa doença que o Brasil sofreu durante décadas sem que uma solução fosse encontrada. Miriam escreve mais sobre o plano cruzado, o plano Collor e o real. O governo Sarney havia herdado do governo militar contas públicas confusas, inflação alta, gastos excessivos, poucas reservas e estatizado no mesmo nível que países comunistas.
Durante o governo Sarney havia o choque de dois grupos de economistas: os da Unicamp, que defendiam investimentos públicos com alguma inflação, e os da Puc-Rio, que julgavam que o corte de gastos e a inflação controlada eram os melhores caminhos. No governo Sarney, os economistas da Unicamp ganharam.
Para aqueles que viveram ( como eu) aqueles dias de inflação alta e falta de produtos nas prateleiras e vendo os fiscais do Sarney , isso pode hoje até parecer engraçado e gerar uma certa nostalgia pela nossa infância. Para os que não viveram , histórias como a operação de caça ao boi no pasto será lida como algo ridículo, mas foi tudo, infelizmente, verdade.
O Brasil herdou uma pesada e perigosa herança do governo militar, como, por exemplo, a conta movimento entre o Banco do Brasil e o Banco Central. Como nos diz Miriam Leitão, um verdadeiro absurdo.
A história do plano cruzado e do plano Collor é contada em detalhes. Miriam intercala sua narrativa com depoimentos de pessoas comuns que viveram aqueles anos dramáticos. O resultado é excelente, pois Miriam escreve bem e transmite segurança em suas palavras.
Miriam narra a chegada ao ministério da fazenda de Fernando Henrique Cardoso e como ele reuniu os economistas da Puc-Rio para lançar a ideia do real. O governo Itamar continuaria o processo de