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A tribo Ticuna é considerada uma das principais etnias da Amazônia, pois sua população é de mais de 20.135 indivíduos. Eles vivem em cerca de 70 aldeias que estão espalhadas ao longo do Rio Solimões, e outra grande parte vive no Peru. Uma das suas principais tradições é o ritual de iniciação, que é feito com meninas que tiveram sua primeira menstruação
Ticuna
Os ticunas são um povo ameríndio que habita atualmente na fronteira entre o Peru e o Brasil e no Trapézio Amazônico na Colômbia, que fica entre o rio Putumayo, Içá e o rio Amazonas no baixo Caquetá-Japurá. Atualmente contam mais de 30 mil pessoas.
De acordo com a história oral relatada pelos próprios Ticunas, eles eram índios que habitavam a terra firme e a cabeceiras dos igarapés. Viviam em constante guerra com outras tribos e aldeias Ticunas, sempre liderados por um Tó-i (chefe militar). Durante esse período, seu principal inimigo era o povo Omágua (Awane na língua Ticuna) que dominava boa parte da várzea e possuía uma supremacia militar, em relação aos seus vizinhos.
Os primeiros contatos com os não-índio datam do final do século XVII, quando jesuítas espanhóis vindos do Peru, liderados pelo Padre Samuel Fritz, começaram a fundar diversos aldeamentos ao longo do rio Solimões, que correspondem aos atuais municípios de São Paulo de Olivença, Amaturá, Fonte Boa e Tefé. Tais aldeamentos eram voltados, principalmente, para os Omáguas que eram muito mais numerosos na época, porém outros povos acabaram sendo incorporados como os Ticunas, Miranha, Xumana, Passé e Juri (sendo esses três últimos extintos em meados do século XIX). Nesse momento dos aldeamentos, os Ticunas puderam ocupar locais da várzea do rio Solimões, antes ocupados pelos Omáguas.
Na década de 1890, comerciantes vindos do interior do Ceará se estabeleceram na região e criaram diversos seringais, utilizando da mão-de-obra indígena dos Ticunas. A expropriação fundiária e o controle do trabalho indígena foram realizados