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A palavra paradigma vem sendo usada frequentemente desde que o filósofo e físico Thomas S. Khun a empregou em seu livro “The Structure of Scientific Revolutions”, significando modelo ou padrão a ser seguido para o estudo dos fenômenos e da realidade. Representa um sistema de aprender a aprender e determina normas para o desenvolvimento do conhecimento futuro.
Por meio dos conceitos deste paradigma é que surgiram as diferentes especialidades médicas, nas quais o médico aprofunda seu conhecimento em determinado órgão ou sistema, quase sempre relegando a segundo plano a abordagem do ser como um todo.
O método analítico cartesiano foi com certeza um dos pilares da fantástica evolução do mundo moderno. Mas, igualmente, contribuiu para o descaso dos sentimentos íntimos do ser humano, em virtude da ênfase na abordagem mecanicista. Serviu, por exemplo, para criar confusão entre riqueza material e felicidade individual. Isso explica, em partes, os desequilíbrios sociais e a destruição sistemática do nosso ecossistema, a qual, realizada em nome do progresso, ameaça a existência da vida na terra, inclusive a humana.
Essas observações levam a uma constatação paradoxal: a ciência, apesar de seu desenvolvimento fantástico nos últimos 150 anos e criada para oferecer ao homem conforto, paz e felicidade, não foi capaz de fazer o homem descobrir a paz, a felicidade e principalmente o amor. Ao contrário, despertou um mundo dominado pelo egoísmo, crueldade, miséria, fome, opressão, guerras, destruição indiscriminada da natureza e descaso pelos verdadeiros valores do ser.
Em medicina algo semelhante ocorre. Os médicos modernos e conscientes convivem simultaneamente com uma euforia e uma perplexidade: euforia por se julgarem donos de um grande conhecimento, proporcionado pela evolução da ciência médica, e perplexidade por sentirem que, mesmo com tanto saber, ainda são incapazes de solucionar certas