o avanço da soja e a elevação de contaminação de trabalhadores no Piauí.
A soja é hoje o principal produto agrícola da pauta de exportações do Brasil. Ocupando área superior a 22 milhões de hectares, a área plantada para a safra 2005/2006 equivaleu à soma daquela prevista para os outros quatro principais grãos produzidos no país: arroz, feijão, milho e trigo. A superfície ocupada por estes quatro grãos, todos eles mais visíveis na mesa do brasileiro médio, reduziu-se entre 1991 e 2005, enquanto a área destinada à soja mais do que triplicou.
Por esse motivo a produção de soja no Brasil vem provocando graves problemas sociais e ambientais, sobretudo devido à expansão da monocultura em áreas do Cerrado e da Floresta Amazônica.
Além da contaminação das águas pelos agrotóxicos, reduzindo a disponibilidade de peixes e expulsando das respectivas localidades seus habitantes e a fauna local, pois a contaminação atinge também a população das áreas urbanas próximas, ou através da água utilizada ou como resultado do uso intensivo de aplicações de agrotóxicos por aviões, como é o caso do Piauí que segundo o procurador Tranvanvan de Souza Feitosa, do Ministério Público Federal do Piauí, avalia que os indícios de contaminação e o relato dos sintomas apresentados por trabalhadores das lavouras de soja já apontam para “um caso clássico de intoxicação”.
Para ele, a situação é ainda mais grave porque os órgãos estaduais não têm fiscalizado a manipulação e o armazenamento desses produtos nas fazendas, essas são notificadas pelos órgãos estaduais por irregularidades no uso dos agrotóxicos e não têm recebido multas ou punição. Feitosa afirma que a Procuradoria da República no Piauí tem aproveitado os relatórios apresentados pela DRT – durante as ações de fiscalização em que se constata situação de trabalho escravo – para incluir na denúncia crimes ambientais, cometidos pelo fazendeiro, que ameacem a saúde do trabalhador.
Estes trabalhadores, para se proteger, deveriam utilizar