Trabalhos
labeca
Fev / 2010
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HIRATA, E. F. V.
2009. A cidade grega antiga: a pólis. S.P., Labeca – MAE/USP.
[revisão Labeca]
Usaremos os termos cidade e pólis com o mesmo sentido, para designar a formação política, econômica e social que foi criada pelos gregos a partir do século VIII a.C. em várias áreas da Bacia do Mediterrâneo e que permanece viva até o início da dominação romana.
A cidade grega antiga constitui-se em uma das expressivas inovações da época arcaica por apresentar, como traço significativo, o respeito ao particularismo de cada comunidade, que contemplava cada assentamento com uma liberdade quase total na definição de regras para o viver junto.
As póleis multiplicam-se e com elas multiplicam-se também as experiências culturais, mas o grego é o idioma compartilhado, os deuses são os mesmos, embora os calendários religiosos variem de cidade para cidade, a arte usufrui da liberdade de expressão, mas acaba convergindo para padrões que a identificam claramente como “grega”.
A pólis inaugura uma forma de viver junto que prioriza a cidadania, ou seja, o cuidado e a valorização da vida em comum. O poder político centralizador não fez parte da vivência dos gregos a partir da estruturação das póleis. Veremos, a seguir, como isto ocorreu.
Assim, levando em conta a pólis como elemento balizador, a história dos gregos pode ser dividida, grosso modo, em dois grandes momentos nomeados, por alguns autores, como a época da Grécia dos Palácios (aproximadamente entre os séculos XVI e XIII a.C.) e a da Grécia das Cidades (a partir do século
VIII a.C. até o domínio romano).
A passagem do modo de vida que tem no palácio o centro político, também responsável pela gestão das atividades produtivas, para uma forma de organização social essencialmente comunitária se faz lentamente a partir da desintegração do sistema palacial, ocorrida por volta de 1200 a.C. A época da
Grécia dos Palácios também é chamada