Trabalhos
Discute-se a moralidade de se usar células de embriões humanos na pesquisa científica. O problema é que, para que essas células sejam coletadas, o embrião morre. E agora, o que será que tem precedência: o conhecimento científico ou a vida do embrião?
Esta discussão, como toda discussão ética, não pode ser resolvida com base na legislação vigente. O fato de uma ação estar ou não prevista em alguma constituição ou código de leis não muda seu caráter moral. Portanto, não vou me debruçar sobre a lei brasileira, e tratarei diretamente da ação em si mesma.
Um embrião humano é, biologicamente falando, um indivíduo; não é parte do corpo da mãe. Tanto é assim que tem DNA diferente do da mãe e é capaz, em condições artificiais, de existir fora de seu corpo (como é o caso dos embriões cujo futuro está em jogo). É um ser vivo individual. De qual espécie? Obviamente, da espécie dos pais. É, portanto, um indivíduo da espécie humana: um ser humano.
“Mas ele não tem nenhuma das características de um ser humano! Não tem nariz e nem braço!” – Essas são, de fato, as características de um ser humano adulto, que se desenvolveu plenamente. Todo homem adulto, no entanto, começou como embrião. O estágio embrionário é um estágio normal e natural do desenvolvimento humano. O embrião humano tem todas as características próprias de um ser humano da sua idade.
“Sim, é um ser vivo da espécie humana, mas não é um homem! Não tem sistema nervoso: portanto não sente dor e nem pensa! É como um pedaço de matéria bruta; não há problema, portanto, em tratá-lo como tal” – É bem verdade que o embrião ainda não desenvolveu seu sistema nervoso (como todos nós quando tínhamos essa idade). Mas isso dá o direito de tratá-lo como um objeto? Apliquemos o mesmo raciocínio a um outro estágio da vida humana. O bebê recém-nascido também não desenvolveu plenamente suas capacidades mentais: ainda não é um ser racional. A inteligência dele não é