trabalhos
Frances H. Burnett
O JARDIM SECRETO
Adaptação de Isabel Vieira
1ª edição
Coleção Aventuras Grandiosas
Da Índia à Inglaterra
Todos os que conheciam Mary Lennox achavam-na feia e desagradável. Foi essa a impressão que a menina causou quando foi morar com o tio, Archibald Craven, na Mansão de Misselthwaite, no interior da Inglaterra. Aos dez anos, era magrinha e pálida, com cabelos escorridos e um ar AMARGO.
Não era culpa de Mary ser desse jeito, e sim das circunstâncias em que nascera e fora criada. Seu pai era um oficial inglês, que ocupava um alto posto na Índia. A mãe era bonita e FÚTIL; só vivia para reuniões sociais. Como nunca desejaram ter filhos, receberam com frieza a menina FRANZINA, que havia nascido na Índia, e entregaram-na aos cuidados de uma AIA. Muitos amigos do casal nem sabiam que Mary existia. Ela só convivia com os criados nativos, que faziam todas as suas vontades, para que não chorasse nem incomodasse os pais.
Um dia, Mary acordou e notou algo estranho na casa. A aia não atendeu ao seu chamado e vários nativos corriam de um lado para o outro, assustados. Uma mulher disse que a aia não iria servi-la, sem explicar a razão. Sozinha e com raiva, Mary foi brincar no jardim. De longe, viu sua mãe na varanda, falando com um oficial. Achou-a linda e elegante, mesmo parecendo nervosa.
— É tão grave assim? – Mary ouviu-a perguntar.
— Gravíssimo, senhora Lennox. Deveria ter saído da cidade há dias.
— Oh, sei que deveria, mas não podia perder aquele jantar!
Do alojamento dos empregados veio um lamento terrível. A mãe de Mary agarrou no braço do oficial e quis saber o que aquilo significava.
— O CÓLERA, senhora. Alguém acaba de morrer...
Então era por isso que todos gritavam! Mary ficou sabendo que a aia fora a primeira vítima da epidemia. Nos dias seguintes, outros criados morreram. Quem sobrevivia, fugia.
O clima era de pânico. Havia mortos em todo lugar.
Mary se refugiou em seu