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Estudo durou oito anos e demonstra como a combinação de dois ou três antirretrovirais é eficaz para evitar transferência do vírus da mãe para o bebê.
Oglobo.com
19/08/2012 23h00
Foto: Gustavo Azeredo
Método já recebeu o aval do Ministério da Saúde
A medida mais usada atualmente para a prevenção da transmissão vertical de HIV (da mãe soropositiva para o bebê) é o antirretroviral zidovudina, conhecido como AZT. No entanto, os resultados de um estudo conduzidos por pesquisadores da Universidade da Califórnia (Ucla), em parceria com a Fiocruz, podem mudar a orientação oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS). Combinações de dois ou três antirretrovirais (Nevirapina, Nelfivanir e Lamivudina), com a primeira dose ministrada à criança em até 48 horas após o parto, demonstraram ser duas vezes mais eficazes. A pesquisa foi publicada na revista científica americana The New England Journal of Medicine.
O método já recebeu o aval do Ministério da Saúde para começar a ser implementado nos hospitais do país. Inicialmente, porém, serão aplicados somente o Nelfivanir e o Lamivudina. Nesta primeira fase, a aplicação de dois retrovirais é considerada mais prática.
O estudo contou com 1.684 crianças tratadas em 17 hospitais da África do Sul, da Argentina, dos Estados Unidos e do Brasil, sendo 70% dos bebês vinculados a instituições brasileiras. O Ipec/Fiocruz, com o maior número de participantes, foi o responsável por coordenar a pesquisa no Brasil, que contou também com bebês tratados no Hospital Federal dos Servidores do Estado (RJ), Hospital Geral de Nova Iguaçu (RJ), Hospital Conceição (RS), Hospital Femina (RS) e da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS). Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).
Para a pesquisa, entre abril de 2004 e julho