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É fácil compreender que a era atual tem um nome: um mundo unipolar. A posição atual dos Estados Unidos não tem precedente. Há mais ou menos cem anos, a Grã-Bretanha era uma superpotência que governava um quarto da população mundial. Mas ainda assim era somente a segunda ou terceira nação em riquezas e uma dentre várias potências militares. No começo do século XX, o maior indicador de força militar era o poderia naval. Naquela época, a Grã-Bretanha dominava os mares com uma frota tão grande que equivalia à frota de todos os outros países somados. Atualmente, o gasto militar dos Estados Unidos será equivalente aos gastos de todos os países do mundo. Porém, para chegar a esse patamar, gastará apenas 4% do seu Produto Interno Bruto. Portanto, compreende-se que o poderio norte-americano não é somente militar. Sua economia é equivalente à soma da economia de Japão, Alemanha e Grã-Bretanha, os três países que o seguem na lista das nações mais ricas do mundo. Com 5% da população mundial, os Estados Unidos têm 43% do PIB do planeta e produz 40% da alta tecnologia mundial. É o país mais dinâmico, demograficamente mais jovem e culturalmente mais flexível que qualquer outro.
Nesse mundo unipolar, o que surpreende historicamente é que o resto do mundo não tenha se aliado contra os Estados Unidos. Desde o surgimento do Estado-Nação, no final da Idade Média, a política internacional tem seguido um padrão claro: a formação de grupos de países contra os mais fortes. Os países com imenso poderio econômico e militar suscitavam temores e suspeitas, e rapidamente outros países se uniam contra essa potência. Isso ocorreu com a Espanha no início da Era Moderna, com a França no século XVIII, com a Inglaterra no século XIX, com a Alemanha, duas vezes, no início do século XX e com a União Soviética na segunda metade do século passado. Ou mesmo, como vimos nesse artigo, contra com qualquer força hegemônica que se apresentava no mundo