Trabalhos ótimos
No capitulo 2, Em virtude de desigualdades e lutas de interesses, “..Os homens mudam de senhor com prazer, pois acreditam que melhorarão...” mas acabam compreendendo que não passa de engano. Se o príncipe é de inteligência comum sempre se conservará no seu Estado, se não sobrevier força extraordinária e excessiva que o prive dele; e, ainda que tal sobrevenha, pode retomá-lo, por pior que seja o ocupante. Assim, “... Quem é a causa de alguém se tornar poderoso será derrubado; pois esse poder adveio dele, seja por engano ou força, e os dois são mal vistos por quem se tornou poderoso”.
No capitulo 3, os principados são considerados dinastia, pois os príncipes marcam seu poder, mesmo não superando seus antecessores a quem buscam “Convém organizar-se de modo a que, quando não acreditam mais, passa-se fazê-lo a força”. Quando um é causa do poder de outro, arruína-se, pois aquele poder origina-se da astúcia ou da força, e qualquer destas se torna suspeita ao novo poderoso.
No capitulo 4, “Aqueles que somente pela sorte tornam-se, de cidadãos comuns príncipes, com pouco trabalho conquistam, mas com muito conseguem manter...” os principados de dois modos se governam: ou por príncipe auxiliado de ministros que no governo são apenas servos que o exercem somente por graça e concessão do senhor; ou por um príncipe e barões, os quais, não por favor daquele, mas por tradição de sangue, possuem essa qualidade. “Estes baseiam o próprio poder na vontade e na sorte de quem lhes permitiu obtê-lo...”
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