Trabalhos diversos
Migrações no Brasil I
O imigrante na formação do Brasil contemporâneo
Além do processo colonizador português, o primeiro movimento imigratório no Brasil teve início por volta da segunda metade do século XVI com a entrada de africanos escravizados trazidos em grandes levas do golfo da Guiné (região onde hoje está a Nigéria) e, posteriormente, de Angola e Moçambique. O tráfico durou cerca de três séculos, até sua proibição, em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós.
Os africanos inicialmente representavam a mão de obra para as áreas canavieiras destinadas a produzir para os mercados europeus. Também foram utilizados em outras produções destinadas à exportação, como o algodão e o café, além de participar na mineração do ouro em Minas Gerais (onde formavam a maioria dos trabalhadores) no século XVIII e na pecuária do Sertão nordestino desde o século XVII.
Os africanos atuaram como força de trabalho, em praticamente todos os setores da sociedade, até a abolição, em 1888. Nas cidades eram eles que se encarregavam do transporte de pessoas e objetos, além de serem responsáveis por grande parte da distribuição de alimentos que abasteciam a população. Também lhes eram destinados trabalhos como o de vendedores ambulantes; principalmente as mulheres circulavam pelas ruas das cidades brasileiras cumprindo esse ofício.
A expansão do café, a partir da segunda metade do século XIX, teve duplo significado, pois, além de atrair imigrantes europeus, marcou a passagem do sistema escravocrata para o sistema agrário-exportador capitalista.
Assim, a imigração forçada dos africanos escravizados foi substituída pela migração de força de trabalho livre e de origem europeia. Parte dos escravos libertos continuou a trabalhar no campo. Outra parte rumou para as cidades, onde assumiu trabalhos mal remunerados ou foi marginalizada.
Os imigrantes europeus atendiam às necessidades crescentes de trabalhadores para as lavouras de café, mas também representavam, para a