Trabalho
Vou retratar a Marília,
A Marília, meus amores;
Porém como? Se eu não vejo
Quem me empreste as finas cores!
Dar-mas a terra não pode;
Não, que a sua cor mimosa
Vence o lírio, vence a rosa,
O jasmim e as outras flores. Ah! socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Mas não se esmoreça logo;
Busquemos um pouco mais;
Nos mares talvez se encontrem
Cores, que sejam iguais.
Porém não, que em paralelo
Da minha ninfa adorada
Pérolas não vales nada,
Não valem nada os corais. Ah! socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traze-me as tintas do Céu.
Só no céu achar-se podem
Tais belezas como aquelas,
Que Marília tem nos olhos,
E que tem nas faces belas;
Mas às faces graciosas,
Aos negros olhos, que matam,
Não imitam, não retratam
Nem auroras nem Estrelas. Ah! socorre, Amor, socorre
Ao mais grato empenho meu!
Voa sobre os Astros, voa,
Traz-me as tintas do Céu.
Entremos, Amor, entremos,
Entremos na mesma Esfera;
Venha Palas, venha Juno,
Venha a Deusa de Citera.
Porém, não, que se Marília
No certame antigo entrasse,
Bem que a Páris não peitasse,
A todas as três vencera. Vai-te, Amor, em vão socorres
Ao mais grato empenho meu:
Para formar-lhe o retrato
Não bastam tintas do céu.”
Episódio “O pomo da discórdia”: “Este fruto deveria ser entregue à mais bela entre Hera, Atena e Afrodite, e elas escolhem Páris para decidir. Cada deusa lhe oferece seu dom, e Páris acaba escolhendo Afrodite, que lhe oferece o amor da mulher mais bela (Helena). Causa, então, grande ódio nas outras duas deusas, que por isso se tornam inimigas de Troia. No rapto de Helena por Páris, Hera faz seu navio se afastar da rota de volta a Troia e os lança para a costa síria, em Sidon. Hera também hera também protege Aquiles, já que foi ela que cuidou de sua mãe, Tétis.”
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[ 1 ].