A ausência de memórias cognitivas e sociais levou a humanidade a barbáries que precisam ser relembradas para que cenários de destruição humana não sejam repetidos na posteridade. Nesse contexto, o filme “Amém” demonstra a difusão de ideologias como o nazifascismo e o silêncio e indiferença das autoridades como a igreja Católica diante das atrocidades cometidas para a imposição desse sistema. No filme,o oficial da SS (estrutura militar efetivamente e ideologicamente nazista) e químico especializado na área de higienização, Kurt Gerstein criou o gás Zylon, o qual foi inventado para a desinfecção e o tratamento de água, porém, durante o regime de Hitler, sua invenção foi desviada para o objetivo de eliminar os judeus em massa nos campos de concentração. Não compactuando com o sistema no qual estava inserido, Gerstein procura ajuda para divulgar o mundo das atrocidades cometidas pelo regime nazista. Através da procura de ajuda,Gerstein acaba conhecendo a figura do Papa Pio XII,o qual, mostra-se omisso, já que mesmo com tantas denúncias da matança dos judeus em câmeras de gás nos campos de concentração, não foi tomada nenhuma atitude. O Papa falou poucas vezes e de forma ambígua, uma vez que temia um posicionamento público com mais convicção pudesse colocar os próprios católicos na lista dos perseguidos e ameaçasse a vida dos milhares de judeus escondidos no Vaticano, em igrejas e conventos. Para Maquiavel, o governante não é simplesmente o mais forte, mas, sobretudo, o que demonstrar possuir virtù (utilização virtuosa da força), uma vez que para se manter no poder é necessário ser sábio na forma de agir de acordo com as circunstâncias. Porém, no caso dos governantes eclesiásticos, para conservar-se no poder não é preciso nem virtù nem fortuna (sorte), já que as instituições religiosas antecessoras que lhes servem de alicerce são tão sólidas, que permitem que se mantenham no poder seja qual for o modo como ajam e também porque esse tipo de governo