TRABALHO
É com enorme prazer que me debruço sobre estas teclas para falar desta fase da vida humana tão importante e tão complexa que é a juventude e seus limites dentro desse cenário nebuloso ao qual se encontra a sociedade brasileira.
Digo que é um momento difícil, pois estamos em um período onde as coisas e as relações humanas são cada vez mais descartáveis, e frágeis, onde não se tem mais a valorização da pessoa humana como central em nossas vidas.
São visíveis as transformações pelas quais o mundo passa no século XXI, trazendo fortes impactos e afetando a vida de muitas pessoas, especialmente dos jovens, sendo cada vez mais atingidos na sua forma de socialização, na relação que estabelecem com a educação e o trabalho, nos seus modos de vida, nos seus pensamentos. Perdem, assim, muitas vezes, a idéia de que são responsáveis pela sua própria história, faltam-lhes perspectivas para o futuro.
Nesse contexto, há uma explosão de novos conceitos, e os jovens se deparam com grandes impasses ao buscarem seu direito de trabalhar, de estudar, de realizar seus sonhos e projetos de vida.
Cunham-se expressões novas e ao mesmo tempo resgatam-se ideias antigas: o fim da história, o desencantamento, a pós-modernidade, o pós-industrialismo e a terceira revolução industrial são termos que deixam de estar restritos ao meio acadêmico e entram no dia a dia das pessoas. Neste cenário de novas concepções, os jovens se sentem inseguros e despreparados para atuarem como atores protagonistas na sociedade em que vivem.
A juventude e as relações que estabelece com o trabalho, a educação e a família têm se tornado, nos últimos anos, tema de atenção dos pesquisadores que visam, não apenas compreender as relações do jovem com o mundo do trabalho e com a educação, mas também propor alternativas que possam vir a oferecer possibilidades para a minimização dos graves problemas que os jovens enfrentam para inserção, permanência e valorização no