trabalho
Escrito por: José Carlos Nunes, presidente da CUT/ES
16/01/2007
Remanescentes dos povos indígenas das tribos Tupinikim e Guarani no Espírito Santo têm travado uma batalha incessante pelo direito a suas terras no norte do Estado. Com suas terras invadidas pela gigante multinacional Aracruz Celulose, eles tentam reaver a todo custo uma área de cerca de 17 mil hectares já declarados por parecer da Funai como de propriedade indígena a ser demarcada pela União. Após esse parecer da Funai, é preciso ainda que o Ministério da Justiça edite uma Portaria determinando a demarcação das terras indígenas. A CUT/ES tem acompanhado de perto a luta desses povos. É resolução de nosso 10º Congresso Estadual, assim como aconteceu no Concut, que a causa indígena é bandeira de luta do movimento sindical cutista. Nesse sentido, temos acompanhado e apoiado as ações dos índios no Espírito Santo, que muitas vezes chegam ao conflito com a Aracruz Celulose. Os Tupinikim e Guarani já promoveram dois movimentos de autodemarcação de suas terras, já tiveram as aldeias invadidas e destruídas pela Polícia Federal, já ocuparam estradas e o porto da empresa, já se manifestaram para a sociedade capixaba, sempre mostrando e provando o seu legítimo direito às terras que reivindicam. No entanto seu adversário é poderoso. Ancorada nos milhões de lucros que obtém ano a ano, a Aracruz Celulose orquestrou uma campanha de difamação contra os povos indígenas da região, com fortes ingredientes de racismo e discriminação. A Justiça inclusive já condenou a Aracruz Celulose por racismo e discriminação contra os povos indígenas Tupinikim e Guarani numa ação promovida pelo Ministério Público Federal do Espírito Santo. A empresa teve que retirar as múltiplas informações pejorativas e racistas colocados no seu site e foi proibida de veicular essas informações nas suas palestras e eventos. No entanto, a ação não impediu a onda de discriminação e