Trabalho
Antecedentes.
A constituição de 1931 havia feito da Espanha uma "república democrática dos trabalhadores de todas as classes", com separação entre igreja e estado, Parlamento unicameral, regime parlamentarista, sufrágio universal, extensivo às mulheres e aos soldados, e autonomia regional para o País Basco e a Catalunha. Os títulos de nobreza foram abolidos e implantou-se o divórcio. Uma lei agrária, de 15 de setembro de 1932, autorizou a expropriação dos latifúndios. As propriedades das ordens religiosas foram postas à disposição da nação e o ensino leigo só não foi instituído por falta de professores e prédios escolares. Tão drásticas reformas, porém, não chegaram a efetivar-se; perderam-se na violência generalizada, em greves e rebeliões de toda sorte.
A direita se organizou em três movimentos: a Confederação das Direitas Autônomas, de Gil Robles; as Juntas da Ofensiva Nacional Sindicalista (JONS); e a Falange Espínola, fundada em 1933 por José Antônio Primo de Rivera. Unidas, conseguiram derrubar no mesmo ano o gabinete de Manuel Aza-a e os dois governos moderados que lhe sucederam. Finalmente, em fevereiro de 1936, a Frente Popular, de esquerda, venceu as eleições e reconduziu Aza-a ao poder. As reformas sociais postas em vigor se chocavam com os interesses dos setores mais conservadores, que também foram atingidos por ocupação de terras pelos camponeses, incêndios de instituições religiosas e empastelamento de jornais da oposição. O assassinato do líder monarquista Calvo Sotelo, em 13 de julho de 1936, aprofundou a crise.
O Exército foi um fator-chave na oposição ao governo republicano. No início do verão de 1936, os generais Emilio Mola, Francisco Franco, José Sangro, Joaquin Banjul, José Enrique Varela e outros se reuniram para avaliar a possibilidade de êxito, no caso de um golpe. ·.