Trabalho
Luiz Roberto Monzani
Resumo
A questão que se põe é: o que se entende pela expressão Filosofia da Psicanálise? Pode-se, em primeiro lugar, ficar espantado com essa pergunta, porque, ao menos, genericamente, essa expressão deve possuir um significado muito aparentado às expressões tais como: filosofia das matemáticas, filosofia da física, filosofia da biologia etc, a respeito do que não faltam exemplos de trabalhos sérios e bem sucedidos. Pensando as coisas assim, a filosofia da psicanálise, assim como a filosofia das matemáticas etc., nada mais seria que um ramo, uma espécie dessa disciplina mais geral que denominamos filosofia da ciência, que consiste, em linhas gerais, em se tentar saber qual é o modo próprio e específico que cada disciplina tem de estabelecer suas teses. Qual, por exemplo, o papel da observação, da experiência, do raciocínio etc. Como essa disciplina encadeia suas proposições, como ela procura fundamentá-las. O que tal ou tal disciplina entende por verdade, por proposição verdadeira. Enfim, o filósofo endereça às diferentes ciências questões do tipo: qual o seu regime de provas e validação? Qual o papel da experimentação e das hipóteses? Há uma adequação entre as proposições que ela coloca e aquilo através do qual procura estabelecê-las? Esses são exemplos de questões colocadas por isso que entendemos correntemente por filosofia das ciências. É o que examinaremos nesse artigo. Psicanálise é um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente da Psicologia, que tem origem na Medicina 1 2 , desenvolvido por Sigmund Freud, médico que formou-se em 1881, trabalhou no Hospital Geral de Viena e teve contato com o neurologista francês Jean Martin Charcot, que lhe mostrou o uso da hipnose.
Freud, médico neurologista austríaco, propôs este método para a compreensão e análise do homem, compreendido enquanto sujeito do inconsciente, abrangendo três áreas:
um método de investigação da mente