Trabalho
O planeta, especificamente a sociedade como um todo, se encontra completamente envolvido nos descobrimentos científicos e vive dependente das transformações técnicas e estruturais que atingem não somente o plano material, mas, igualmente ou de forma mais doentia o plano social detentor dos valores humanos e éticos que sustentam a convivência dos grupos e que dá seguimento à própria vida. Prova dessa realidade quase surreal é o afastamento e deterioração das práticas mais antigas e sustentáveis: a família, as relações de amizade e as vizinhanças, que constantemente são relegadas a segundo plano, ou plano nenhum, em detrimento do priorizado e denominado “avanço tecnológico”. Este avanço, propriamente dito, consegue reunir, paradoxalmente, tanto melhorias e progressos na vida material do ser humano, como na gangrenação da sua vida mental e social. A habilidade e persistência humanas em encontrar formas de resolver problemas recorrentes e insistentes da sociedade demonstram, em primeira instância, que num tempo não demorado, essas agruras encontrarão seu fim. Porém, aqueles que financiam essa persistência solidária, veem nisso tão somente uma oportunidade de agregar poder endinheirado para satisfazer seus desejos individualistas e insaciáveis. Por isso nos encontramos num labirinto teoricamente sem saída: a inteligência da nossa sociedade em aprimorar a utilização e sustentação do meio ambiente, das relações sociais e o da subjetividade humana está intrinsecamente subordinada ao auxílio dos financiadores inconsequentes que não medem esforços egocêntricos para atingirem seus objetivos de pura ganância.
Tais perspectivas gananciosas são fáceis de presenciar, exemplos disto são recurso não –renováveis que ameaçam escassear, como o petróleo. Locais onde habitavam algumas famílias, bebendo a escassa quantidade de água, agora habitam milhares de famílias, exigindo manutenção de imensos lagares