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Trinta e duas seleções disputaram a Copa, mas a única que se preocupou com a questão social foi a alemã. A delegação da Alemanha hospedou-se em um complexo construído com verba da liga que administra o futebol germânico, em Santo André, um povoado que possui pouco mais de mil habitantes, incluindo uma centena de índios pataxós, que vivem em uma aldeia próxima. O povoado fica 27 quilômetros distante da sede do município Santa Cruz Cabrália, no litoral sul da Bahia, cidade histórica, onde Pedro Álvares Cabral, o descobridor oficial do Brasil aportou em 22 de abril de 1.500. E foi no povoado de Santo André que o frei Henrique de Coimbra, capelão da esquadra portuguesa, celebrou em 26 de abril a primeira missa em terras brasileiras, na praia da Coroa Vermelha.
Com 65 suítes e cinco confortáveis casas, além de um campo de futebol com dimensões oficiais, academia, sala de massagens e fisioterapia, o centro da treinamento da seleção alemã custou algo em torno de 16 milhões de reais. Por que o vilarejo de Santo André foi escolhido para servir de sede para a seleção alemã? Porque há dois anos, dirigentes germânicos decidiram construir o centro de treinamento em Santo André, e escolheram o vilarejo, cujas necessidades foram identificadas por eles. Quando a delegação chegou a Santa Cruz Cabrállia, seus membros conheciam em detalhes todos os hábitos e carências de sua população. Sem propagandear esse objetivo social, jogadores e dirigentes integraram-se à vida de Santo André, que nunca mais será a mesma, depois dos alemães.
A grande mídia brasileira e internacional desconhecem que, na bagagem, os alemães trouxeram 50 bicicletas, aparelhos de som e televisores. As bicicletas foram sorteadas entre moradores, televisores, roupas para crianças, adultos e índios pataxós. Eles construíram uma escola no povoado com dinheiro alemão. Com dinheiro da mesma origem, o centro