Trabalho
José Pereira da Silva (UERJ)
GONÇALVES, Carlos Alexandre. Flexão & derivação em português. [Rio de Janeiro]: Faculdade de Letras/UFRJ, 2005, 221 p.
(carlexandre@bol.com.br)
Nos últimos trinta anos, vêm sendo cada vez mais freqüentes os estudos fonológicos em interface com morfologia prosódica e com a teoria da otimalidade.
Na interação com a sintaxe, Carlos Alexandre lembra que se destaca a morfologia distribuída, que prevê a inserção de traços morfológicos e fonológicos em posições da estrutura sintática, assim como as abordagens morfológicas de base discursiva e a gramática das construções, que focaliza com outra visão os processos de formação de palavras.
Como a morfologia estuda a palavra, que está em interação com a fonologia, a sintaxe e a semântica, parece natural que estas disciplinas reivindiquem para si uma parcela de seu espaço.
Na página 6, Carlos Alexandre escreve:
Este livro tem foco numa das várias controvérsias que caracterizam essa área: a delimitação dos dois principais tipos de operações morfológicas – flexão e derivação. Como veremos no decorrer dos capítulos, as disposições sobre essa dicotomia são bastante polêmicas e vão desde as que defendem uma rígida separação até as que negam por completo a existência de fronteiras entre elas.
Já na página seguinte (p. 7), depois de refletir sobre a dificuldade consensual de incluir os processos flexionais como parte da morfologia, levando em conta a vertente fraca em oposição à vertente forte do lexicalismo, adianta na síntese do livro:
Neste livro, pretendemos acender esse debate, descrevendo a flexão e a derivação a partir de suas diferenças e semelhanças. Com isso, fornecemos uma visão atualizada e corrente sobre essas duas “morfologias”, focalizando, para tanto, os afixos do português: sua relação com os demais componentes da gramática e seu diagnóstico a partir da inspeção a critérios empíricos. No correr dos capítulos, apresentamos os parâmetros que