Uma intrincada rede de fatores confere à gravidez na adolescência um grau elevado de risco para a mãe e para a criança, especialmente as de classes populares. As conseqüências perversas de uma gravidez na adolescência se fazem sentir tanto na morbidade/mortalidade de mãe e bebê quanto nos impactos econômico, educacional-escolar e social. Agir educacionalmente é um forma de enfrentar esse problema. No entanto, acões educacionais que enfatizam a abordagem apenas biológica do planejamento familiar não tem sido eficazes se considerarmos as estatísticas referentes à saúde reprodutiva das adolescentes. Para que a educação possa efetivamente contribuir para a redução desse tipo de gravidez, todas dimensões devem ser consideradas, com especial destaque para a dimensão sociocultural na qual encontramos fortes determinantes da gravidez indesejada. Abordar educacionalmente essa dimensão significa abrir espaço dentro e fora das escolas para o debate sobre a identidade feminina num processo que abranja a totalidade do ser humano.O desenvolvimento do país e do mundo tende a que os jovens tenham cada vez mais estudos, emancipando-se mais tarde. Neste contexto, uma gravidez na adolescência pode causar graves transtornos para a jovem adolescente e seu ambiente circundante. Objectivos: Pretendeu-se com este estudo compreender o impacto da gravidez na adolescência no Distrito da Guarda a nível de incidência e consequências obstétricas, fetais e biopsicossocias. Foi, ainda, objecto de estudo a caracterização do perfil das adolescentes e a identificação de factores predisponentes. Metodologia: Foram analisados 187 processos clínicos e inquiridas 41 parturientes adolescentes no Hospital de Sousa Martins, entre 2001 e 2006. Resultados: Neste período a Taxa de fecundidade na adolescência reduziu 41,5%. Verificou-se uma idade média das parturientes de 17,1 anos e de início da actividade sexual de 14,5 anos. Constatou-se que 85% tinham 6 ou menos anos de escolaridade, 56% tinham poucos