Trabalho
Costuma-se aceitar que um pouco de inflação é inerente aos ajustes de uma sociedade dinâmica, em crescimento. Efetivamente, a experiência histórica mostra que existem algumas condições inflacionárias inerentes ao próprio processo de crescimento econômico. Isso porque a tentativa de os países subdesenvolvidos alcançarem, de forma rápida, estágios mais avançados de desenvolvimento econômico dificilmente se faz sem que, também, ocorram tensões de custos que provocam aumentos no nível geral de preços.
Mesmos em países desenvolvidos, mostra-se que, quanto maior o nível de atividade econômica, mais os recursos produtivos tendem a ficar no limite de sua utilização, o que gera normalmente tensões inflacionárias. Daí a necessidade de políticas econômicas que tenham por objetivo a estabilidade do comportamento do nível de preços.
12.2.3 Distribuição de renda socialmente justa
A economia brasileira cresceu bastante entre o fim dos anos 60 e a maior parte da década de 70. Apesar disso, observou-se um aumento da disparidade de renda entre as classes de sociais. No Brasil, os críticos do chamado “milagre econômico” argumentam que piorou a concentração de renda no país nos anos 67/73 devido a uma política deliberada do Governo (a chamada “Teoria do Bolo”): primeiro crescer, para depois pensar em repartição da renda.
A posição oficial era a de que certo grau de aumento de concentração de renda seria inerente ao próprio desenvolvimento capitalista, que traz transformações estruturais (êxodo rural, com trabalhadores de pequena qualificação, aumento da proporção de jovens etc.). O economista Carlos Geraldo Langoni, da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, naquela época, defendia a tese