Essencialmente, Henri Wallon não dissocia o biológico do social, já que tais aspectos também são complementares, havendo reciprocidade entre eles. Pode-se observar a inaptidão da criança ao nascer e seus movimentos impulsivos. Esta criança depende de alguém que satisfaça suas necessidades. Isso mostra que o meio que a envolve é parte fundamental em seu desenvolvimento. O médico, em sua teoria, fala não só do processo cognitivo, mas, também, das associações fisiológicas que constituem a troca emocional entre criança e adulto próximo. Dessa forma, a constituição psíquica e a emocional coexistem, havendo um tipo de simbiose entre ambas e o adulto torna-se uma espécie de intermediário entre criança e meio. “A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social”, afirma a pedagoga Izabel Galvão, da Universidade de São Paulo. Wallon revela com originalidade a emoção como primeira relação psicológica, afetiva com o adulto. Para ele, o desenvolvimento não começa cognitivamente; as atividades da criança estão voltadas, em primeiro plano, para a sensibilidade interna (visceral e afetiva) e depois, a essa sensibilidade interna, se acrescenta a sensibilidade externa, o que caracteriza, então, o aspecto cognitivo do desenvolvimento, sendo a afetividade um dos principais elementos do desenvolvimento humano. Nota-se que Wallon não se limita ao aspecto cognitivo quando fala em desenvolvimento infantil. De fato, é importante considerar que todo o ser é único e tem um interior a ser avaliado e respeitado, não podendo se considerar apenas os fatores externos. Esse desenvolvimento não é algo exato, linear; ele pode acontecer permeado de conflitos internos e externos, se deparando com obstáculos e reviravoltas. Parece claro, desse modo, que afetividade e cognição revezam nos estágios do desenvolvimento. Pode-se perceber, por exemplo, a importância da presença dos pais desde o nascimento da criança; o