Trabalho

Degola no Sul

Um dos episódios mais sangrentos e mais ameaçadores para a jovem republica foi a Revolução Federalista. Essa revolução se localizou nos três estados do Sul do Brasil, tendo como principal objetivo tirar a autonomia dos republicanos (grupo que exercia o domínio governamental dos estados) e instaurar um governo parlamentar.
Os federalistas, tendo como líder Gumercindo Saraiva, eram conhecidos como maragatos e os republicanos, liderados por Júlio de Castilhos, por pica-paus. O presidente da república na época – marechal Floriano Peixoto – no auge da revolta e da inquietação da população resolveu apoiar os republicanos, por ser o partido do atual presidente no estado.
Inconformados com a imposição presidencial, os federalistas liderados por Gaspar Silveira Martins e Gumercindo Saraiva pegaram em armas para exigir a anulação do governo castilhista, em fevereiro de 1893. A rápida reação das tropas governamentais acabou obrigando os federalistas a recuarem para regiões do Uruguai.
Gumercindo então reuniu suas tropas às do General Salgado, e começou a tomar pequenas cidades. A reação dos federalistas foi articulada com a conquista da cidade sulista de Bagé. Realizando ataques surpresa em diferentes pontos do estado, os revoltosos conseguiram avançar no território nacional tomando regiões em Santa Catarina e no Paraná. Naquele mesmo ano, a Revolta da Armada, ocorrida no Rio de Janeiro, se uniu à causa dos federalistas gaúchos conquistando a região de Desterro, em Santa Catarina. Uma das maiores atrocidades acontecidas, nas proximidades de Bagé, foi a degola de cerca de 300 prisioneiros castilhistas e como vingança, uma degola de quase o mesmo número de maragatos, em Boi Preto.
Os maragatos estavam quase vencendo a batalha, mas Floriano conseguiu organizar uma contraofensiva. A última batalha do exército maragato foi em Passo Fundo. Em 1894 Gumercindo foi atingido por um franco-atirador e faleceu dois dias depois. Após sua morte, os maragatos