trabalho
“... Meu nome é Alberto La Torre de Faria. Nasci no estado da Bahia, na cidade de Cachoeira, numa plantação de fumo. Plantava o fume e vendia aos alemães. Na minha cidade só tinha o curso primário. Me interessei pela Educação Física por uma razão de saúde.
Saí da Bahia para o rio de janeiro, junto com minha família, por questões políticas. O Presidente Bernardes interveio na Bahia, depondo o governador, um grande brasileiro, José Joaquim Seabra. Minha família o apoiava e por causa disso foi perseguida.
Quando cheguei ao Rio de Janeiro, eu era um rapaz débil, 16 para 17 anos. Tinha uma altura razoável, 1,71m aproximadamente, mas era muito magro, principalmente o pescoço, muito fino. Eu procurei, então, um meio de melhorar o meu físico, que não estava de acordo com dos rapazes daquela época, no Rio. Procurei então, uma academia de ginástica. Havia a do professor Ernesto Campelo.
Já que eu era débil fisicamente – eu passava em torno de 54 quilos – tinha que fazer alguma coisa. Por sorte minha, caiu em minhas mãos, um livro escrito por um francês que era ‘manager’ de um grande lutador francês, que disputou o titulo de campeão mundial e perdeu no 4º round. Eu tive a felicidade de visitar esse homem em 1948, em Paris. Havia no Rio de Janeiro, um clube de boxe que se chamava ‘São Januário Boxing Club’. Todos os clubes tinham esse nome, ‘boxing club’, nome inglês mesmo. Nosso ídolo era o Rodrigues Alves, campeão brasileiro de peso leve, um homem que aprendeu a jogar boxe em Marselha. Ele era um homem muito fraco fisicamente, mas era invencível, tal a sua técnica. Mas o boxe era muito mal visto. Boxeur, no Brasil, era sinônimo de vagabundo. Só havia uma categoria que era mais desprezada: era a capoeira. Esse era caso de cadeia. Depois a capoeira vinha o boxe. À medida que meu físico se desenvolvia, cheguei a meio médio. Mas aí me dei mal, porque eu tinha os braços curtos e, mesmo nos treinos me machucava muito. Então resolvi cortar minha carreira de